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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Excerto de entrevista a Gabriela Oliveira

«Chama-se Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças e é uma preciosa ajuda para quem quer ver a carne longe do prato dos rebentos. A Papas & Bebés esteve à conversa com Gabriela Oliveira, a autora, e ficou a conhecer um pouco melhor esta dieta que pode ser adoptada desde os primeiros meses de vida.

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Papas & Bebés: Como surgiu este livro?
Gabriela Oliveira: Escrevi-o quando a minha filha, agora com cinco anos, era bebé. Tinha já pesquisado para o meu filho mais velho e feito diversos trabalhos sobre crianças vegetarianas. Percebi que não havia nada no mercado sobre alimentação vegetariana infantil. Em países estrangeiros, como a Inglaterra, era muito fácil uma criança ser vegetariana. Os filhos dos vegetarianos eram-no de forma natural. Em Portugal de 2006, havia uma enorme falta de informação, nem os médicos sabiam dizer a partir de que idade se podia seguir essa dieta. Resolvi, então, pesquisar mais e transpor os dados para o formato de livro, aproveitando a licença de maternidade.

P&B: Como se tornou vegetariana?
GO: Tinha 22 anos quando, ao falar com vegetarianos, se deu o clique. Entendi que existiam alternativas à carne e que podia não contribuir para o sofrimento a que estão sujeitos os animais, tanto quando são mortos como durante a sua vida. Apercebi-me de que podia alimentar-me sem falhas de nutrientes; só precisei de abrir o congelador e deitar fora a carne. Não fiquei mais vulnerável a doenças. A única diferença é que comecei a comprar soja, tofu e seitan em vez de carne.

P&B: Há, porém, outras razões que levam à adopção da dieta vegetariana?
GO: Existe quem o faça para perder peso e por razões de saúde. Há quem experimente, se habitue aos sabores neutros e à mais fácil digestão e depois já não volte à carne ou se fique apenas pelo peixe. Passados alguns meses de vegetarianismo já se estranha, até, a textura da carne.

P&B: O percurso inverso também acontece?
GO: Sim, há quem seja vegetariano durante a adolescência e depois, quando chega a altura de ter filhos, volte a ingerir carne. Ainda existe uma enorme pressão da sociedade no sentido de incutir a ideia de que a carne é um alimento fundamental para o fornecimento de proteínas e ferro.

P&B: Mas é possível educar o sabor para o vegetarianismo desde cedo, sem riscos para a saúde?
GO: Existe a hipótese de escolher entre uma dieta estrita e a ovolactovegetariana. Na segunda é muito mais fácil obter todos os nutrientes, uma vez que é maior e mais versátil. Já o regime vegan só é mais acessível durante os primeiros anos, até à entrada para a escola. Um bebé come mais facilmente sopas com soja ou com tofu e os biscoitos em casa feitos pela mãe. É extremamente simples educar uma criança para ser vegetariana.
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Papas & Bebés

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Feira do Livro de Lisboa - Workshop de Alimentação Vegetariana

Gabriela Oliveira, autora do livro Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças, estará presente na Feira do Livro de Lisboa para a realização de um workshop de Alimentação Vegetariana, no stand da Arteplural, na praça do Grupo Porto Editora. A sessão terá lugar no dia 8 de Maio, domingo, a partir das 16:00. Contamos com a sua presença!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Imprensa: Bebés vegetarianos

«Verdes no prato

O caso do bebé de 11 meses que morreu subnutrido chocou a França. Mas muitas crianças vegan crescem sem problemas.

Quando Louise morreu aos 11 meses, com 5,7 quilos, a França entrou em choque. O bebé estava a ser alimentado apenas a leite materno, sem que os pais – um casal de vegans – lhe tenham dado outro alimento às refeições. A história ocorreu em 2008 e, na semana passada, um tribunal condenou-os a cinco anos de prisão.
"Estamos a falar de pais negligentes, porque deveriam ter iniciado outros alimentos a partir dos quatro meses e aos seis deveriam ter introduzido as proteínas de origem vegetal", reage Gabriela Oliveira, vegetariana há 14 anos e autora do livro Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças.
Para Paulo Oom, pediatra que segue crianças vegetarianas, a mãe "cometeu um duplo erro": continuou a amamentar numa idade em que «as crianças necessitam de uma quantidade e de um tipo de nutrientes que nenhum leite fornece» e provavelmente "não estaria a tomar suplementos vitamínicos para suprir" as falhas da sua alimentação.
Oom explica que, no caso dos vegans – que não comem alimentos de origem animal, nem ovos ou leite –, as carências de vitaminas D e B12 devem ser colmatadas. A primeira é responsável "pelo crescimento dos ossos e dos dentes", enquanto a vitamina B12 "é fundamental para o sangue e o sistema nervoso".
Por isso, quando nas consultas recebe pais que pretendam impor um regime vegan aos filhos, o pediatra procura  "demovê-los". E saliente que o ideal será "dar uma alimentação igual a todos os outros bebés e só mais tarde fazer as restrições".
Por seu lado, Gabriela Oliveira, mãe de três filhos que comem ovos, leite e queijo, defende que "há tantos alimentos vegan à venda, enriquecidos com vitamina B12 e ferro que é possível crescer-se sem qualquer risco para o desenvolvimento". E acrescenta que há à venda leite de soja adaptado a bebés.
Sobre Louise, que morreu subnutrida, diz que "é injusto colar essa morte ao vegetarianismo e ao 'veganismo'", até porque no seu caso a experiência com os filhos tem sido boa: "Os mais velhos são os mais altos da turma e têm sido saudáveis, sem otites, bronquiolites e essas doenças típicas da infância. Mas também têm constipações...".
As suas refeições incluem sempre um alimento proteico, como tofu, seitan, soja, ovos ou salsichas vegetarianas, além da fruta e dos legumes. Gabriela recorre de vez em quando às leguminosas, como o grão, o feijão e as lentilhas.
Para Paulo Oom, o peixe e a carne também devem ter lugar no prato: "Estão na roda dos alimentos e devem ser dados nas quantidades e proporções necessárias".»
Maria Francisca Seabra, Sol, 8 de Abril de 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Imprensa: «Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças»

«Gabriela Oliveira, jornalista, é vegetariana e mãe de três filhos com 11 e 5 anos e 7 meses, também vegetarianos. É autora do livro “Alimentação vegetariana para bebés e crianças” (Arte Plural Edições), uma espécie de manual para vegetarianos que vão ser pais e têm dúvidas se devem manter o seu regime na alimentação dos seus bebés, para mães e pais vegetarianos que não sabem cozinhar muito bem ou precisam de ideias, para famílias omnívoras que querem aliviar o consumo de carne e peixe e introduzir algumas refeições vegetarianas na ementa semanal. “É uma boa maneira de variar os alimentos e ensinar as crianças a não serem esquisitas”, diz a autora. O livro é a reedição da primeira obra, lançada em 2006, e sai esta sexta-feira, dia 25 de Março, para as livrarias com um preço de 10 euros.
“Alimentação vegetariana para bebés e crianças” é sobretudo um livro para pais e mães, que começa por desfazer preconceitos e dúvidas porque, salienta a autora, mesmo os pais vegetarianos são assaltados pelo receio de que o regime vegetariano não seja suficiente em termos nutricionais para as crianças. E, embora a cultura alimentar esteja a mudar e o vegetarianismo se tenha tornado mais comum, ainda há resistência e estranheza. “Quando estava grávida do meu primeiro filho já era vegetariana e as enfermeiras diziam-me 'Veja lá se sabe o que está a fazer, tenha cuidado'. Ainda não há muitas crianças vegetarianas porque ainda há muito receio que a alimentação vegetariana não seja suficiente na infãncia”, conta Gabriela Oliveira, que tem três filhos saudáveis, vegetarianos desde o útero.
“Vegetariano in utero – gravidez saudável” é, aliás, um dos temas abordados no livro, que é essecialmente prático. Nas primeiras páginas, descreve os princípios do regime vegetariano e os seus alimentos essenciais, explicando como obter as proteínas necessárias e a quantidade necessária de ferro, falando ainda do “leite” de origem vegetal e das associações favoráveis dos alimentos. Em seguida, no capítulo “Crescer vegetariano”, Gabriela Oliveira fala de gravidez saudável, da introdução dos alimentos no primeiro ano de vida, dos alimentos em função da idade e também daqueles a evitar. A introdução faseada dos alimentos é mais importante do que parece, sublinha a autora, que alerta para um mito comum em torno de vegetarianos: “As pessoas pensam que, se um alimento é de origem vegetal, pode dar-se tudo à vontade. Não é bem assim porque não se pode dar leguminosas a bebés, por exemplo. E é preciso saber a partir de que idade se podem dar as proteínas vegetais”. Para coligir todas estas preciosas informações, consultou livros ingleses e norte-americanos aquando do nascimento do primeiro filho.
Lendo as instruções de Gabriela, criar um filho vegetariano parece ter o mesmo grau de dificuldade do que criar um filho omnívoro. Há regras na mesma, só que em vez de se falar de carne ou peixe, fala-se de seitan e tofu.O importante é garantir que a alimentação tenha proteínas, esclarecendo aqui que a autora é ovo-lacto-vegetariana e não vegan, o regime vegetariano que exclui todos os alimentos de origem animal. O último capítulo do livro tem mais de 80 receitas para fazer comida vegetariana para bebés e crianças: primeiras papas, sopas e purés de legumes, pratos com soja, tofu e seitan, hambúrgueres e croquetes, empadas e tartes de vegetais, panquecas, pudins e gelatinas, bolos e biscoitos.
No livro, Gabriela quis, de certa forma, tornar acessível a outras mães e pais um conhecimento que demorou muito tempo a adquirir e consolidar. Salienta ser preciso falar de escolhas com os filhos. Ela é vegetariana por não querer consumir um alimento cuja produção assenta no sofrimento de animais, que torna a sua criação uma indústria ambientalmente insustentável. A dada altura, explicou aos filhos essa opção. “Para as crianças serem vegetarianas, é importante que tenham motivação e entendam a razão dessa opção. Não se deve formar uma criança no que toca à alimentação a não ser, obviamente, nas coisas óbvias”, refere a autora.
No que toca à vida social da família, a jornalista diz que “hoje em dia, é muito fácil ser ovo-lacto-vegetariano”: “Há sempre omoletes nos restaurantes e há muitos restaurantes de comida italiana, onde se pode comer pizzas”. Quanto ao abastecimento da despensa, tem-se tornado mais fácil com o aumento de pontos de venda de alimentos vegetarianos, como a soja e o tofu, que se vendem já nos supermercados comuns. E o preço pode compensar, além dos benefícios para a saúde, advoga. “A alimentação vegetariana pode ser mais barata do que a alimentação com peixe e com carne, pode fazer-se uma alimentação vegetariana a baixo custo”.
A viver em Lisboa, Gabriela não teve muita dificuldade em manter o regime alimentar no Jardim de Infância e na escola, ainda que tenha levado os alimentos de proteína vegetal para o infantário. “Comiam o mesmo que os outros, só trocavam a carne e o peixe pela proteína vegetal”. Só na escola teve que intervir para pedir que variassem mais a ementa do filho mais velho e não lhe servissem sempre ovos. Lembra que, mediante a apresentação de uma declaração médica (no seu caso) ou de um responsável religioso ( no caso dos vegetarianos por razões religiosas), as escolas têm que fornecer refeições vegetarianas às crianças.»
Dora Mota, Jornal de Notícias, Março de 2011