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terça-feira, 8 de maio de 2012
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Excerto de entrevista a Gabriela Oliveira
«Chama-se Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças e é uma preciosa ajuda para quem quer ver a carne longe do prato dos rebentos. A Papas & Bebés esteve à conversa com Gabriela Oliveira, a autora, e ficou a conhecer um pouco melhor esta dieta que pode ser adoptada desde os primeiros meses de vida.
[...]
Papas & Bebés: Como surgiu este livro?
Gabriela Oliveira: Escrevi-o quando a minha filha, agora com cinco anos, era bebé. Tinha já pesquisado para o meu filho mais velho e feito diversos trabalhos sobre crianças vegetarianas. Percebi que não havia nada no mercado sobre alimentação vegetariana infantil. Em países estrangeiros, como a Inglaterra, era muito fácil uma criança ser vegetariana. Os filhos dos vegetarianos eram-no de forma natural. Em Portugal de 2006, havia uma enorme falta de informação, nem os médicos sabiam dizer a partir de que idade se podia seguir essa dieta. Resolvi, então, pesquisar mais e transpor os dados para o formato de livro, aproveitando a licença de maternidade.
P&B: Como se tornou vegetariana?
GO: Tinha 22 anos quando, ao falar com vegetarianos, se deu o clique. Entendi que existiam alternativas à carne e que podia não contribuir para o sofrimento a que estão sujeitos os animais, tanto quando são mortos como durante a sua vida. Apercebi-me de que podia alimentar-me sem falhas de nutrientes; só precisei de abrir o congelador e deitar fora a carne. Não fiquei mais vulnerável a doenças. A única diferença é que comecei a comprar soja, tofu e seitan em vez de carne.
P&B: Há, porém, outras razões que levam à adopção da dieta vegetariana?
GO: Existe quem o faça para perder peso e por razões de saúde. Há quem experimente, se habitue aos sabores neutros e à mais fácil digestão e depois já não volte à carne ou se fique apenas pelo peixe. Passados alguns meses de vegetarianismo já se estranha, até, a textura da carne.
P&B: O percurso inverso também acontece?
GO: Sim, há quem seja vegetariano durante a adolescência e depois, quando chega a altura de ter filhos, volte a ingerir carne. Ainda existe uma enorme pressão da sociedade no sentido de incutir a ideia de que a carne é um alimento fundamental para o fornecimento de proteínas e ferro.
P&B: Mas é possível educar o sabor para o vegetarianismo desde cedo, sem riscos para a saúde?
GO: Existe a hipótese de escolher entre uma dieta estrita e a ovolactovegetariana. Na segunda é muito mais fácil obter todos os nutrientes, uma vez que é maior e mais versátil. Já o regime vegan só é mais acessível durante os primeiros anos, até à entrada para a escola. Um bebé come mais facilmente sopas com soja ou com tofu e os biscoitos em casa feitos pela mãe. É extremamente simples educar uma criança para ser vegetariana.
[...]
Papas & Bebés
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Papas & Bebés: Como surgiu este livro?
Gabriela Oliveira: Escrevi-o quando a minha filha, agora com cinco anos, era bebé. Tinha já pesquisado para o meu filho mais velho e feito diversos trabalhos sobre crianças vegetarianas. Percebi que não havia nada no mercado sobre alimentação vegetariana infantil. Em países estrangeiros, como a Inglaterra, era muito fácil uma criança ser vegetariana. Os filhos dos vegetarianos eram-no de forma natural. Em Portugal de 2006, havia uma enorme falta de informação, nem os médicos sabiam dizer a partir de que idade se podia seguir essa dieta. Resolvi, então, pesquisar mais e transpor os dados para o formato de livro, aproveitando a licença de maternidade.
P&B: Como se tornou vegetariana?
GO: Tinha 22 anos quando, ao falar com vegetarianos, se deu o clique. Entendi que existiam alternativas à carne e que podia não contribuir para o sofrimento a que estão sujeitos os animais, tanto quando são mortos como durante a sua vida. Apercebi-me de que podia alimentar-me sem falhas de nutrientes; só precisei de abrir o congelador e deitar fora a carne. Não fiquei mais vulnerável a doenças. A única diferença é que comecei a comprar soja, tofu e seitan em vez de carne.
P&B: Há, porém, outras razões que levam à adopção da dieta vegetariana?
GO: Existe quem o faça para perder peso e por razões de saúde. Há quem experimente, se habitue aos sabores neutros e à mais fácil digestão e depois já não volte à carne ou se fique apenas pelo peixe. Passados alguns meses de vegetarianismo já se estranha, até, a textura da carne.
P&B: O percurso inverso também acontece?
GO: Sim, há quem seja vegetariano durante a adolescência e depois, quando chega a altura de ter filhos, volte a ingerir carne. Ainda existe uma enorme pressão da sociedade no sentido de incutir a ideia de que a carne é um alimento fundamental para o fornecimento de proteínas e ferro.
P&B: Mas é possível educar o sabor para o vegetarianismo desde cedo, sem riscos para a saúde?
GO: Existe a hipótese de escolher entre uma dieta estrita e a ovolactovegetariana. Na segunda é muito mais fácil obter todos os nutrientes, uma vez que é maior e mais versátil. Já o regime vegan só é mais acessível durante os primeiros anos, até à entrada para a escola. Um bebé come mais facilmente sopas com soja ou com tofu e os biscoitos em casa feitos pela mãe. É extremamente simples educar uma criança para ser vegetariana.
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Papas & Bebés
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Imprensa: Bebés vegetarianos
«Verdes no prato
O caso do bebé de 11 meses que morreu subnutrido chocou a França. Mas muitas crianças vegan crescem sem problemas.
Quando Louise morreu aos 11 meses, com 5,7 quilos, a França entrou em choque. O bebé estava a ser alimentado apenas a leite materno, sem que os pais – um casal de vegans – lhe tenham dado outro alimento às refeições. A história ocorreu em 2008 e, na semana passada, um tribunal condenou-os a cinco anos de prisão.
"Estamos a falar de pais negligentes, porque deveriam ter iniciado outros alimentos a partir dos quatro meses e aos seis deveriam ter introduzido as proteínas de origem vegetal", reage Gabriela Oliveira, vegetariana há 14 anos e autora do livro Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças.
Para Paulo Oom, pediatra que segue crianças vegetarianas, a mãe "cometeu um duplo erro": continuou a amamentar numa idade em que «as crianças necessitam de uma quantidade e de um tipo de nutrientes que nenhum leite fornece» e provavelmente "não estaria a tomar suplementos vitamínicos para suprir" as falhas da sua alimentação.
Oom explica que, no caso dos vegans – que não comem alimentos de origem animal, nem ovos ou leite –, as carências de vitaminas D e B12 devem ser colmatadas. A primeira é responsável "pelo crescimento dos ossos e dos dentes", enquanto a vitamina B12 "é fundamental para o sangue e o sistema nervoso".
Por isso, quando nas consultas recebe pais que pretendam impor um regime vegan aos filhos, o pediatra procura "demovê-los". E saliente que o ideal será "dar uma alimentação igual a todos os outros bebés e só mais tarde fazer as restrições".
Por seu lado, Gabriela Oliveira, mãe de três filhos que comem ovos, leite e queijo, defende que "há tantos alimentos vegan à venda, enriquecidos com vitamina B12 e ferro que é possível crescer-se sem qualquer risco para o desenvolvimento". E acrescenta que há à venda leite de soja adaptado a bebés.
Sobre Louise, que morreu subnutrida, diz que "é injusto colar essa morte ao vegetarianismo e ao 'veganismo'", até porque no seu caso a experiência com os filhos tem sido boa: "Os mais velhos são os mais altos da turma e têm sido saudáveis, sem otites, bronquiolites e essas doenças típicas da infância. Mas também têm constipações...".
As suas refeições incluem sempre um alimento proteico, como tofu, seitan, soja, ovos ou salsichas vegetarianas, além da fruta e dos legumes. Gabriela recorre de vez em quando às leguminosas, como o grão, o feijão e as lentilhas.
Para Paulo Oom, o peixe e a carne também devem ter lugar no prato: "Estão na roda dos alimentos e devem ser dados nas quantidades e proporções necessárias".»
Maria Francisca Seabra, Sol, 8 de Abril de 2011
O caso do bebé de 11 meses que morreu subnutrido chocou a França. Mas muitas crianças vegan crescem sem problemas.
Quando Louise morreu aos 11 meses, com 5,7 quilos, a França entrou em choque. O bebé estava a ser alimentado apenas a leite materno, sem que os pais – um casal de vegans – lhe tenham dado outro alimento às refeições. A história ocorreu em 2008 e, na semana passada, um tribunal condenou-os a cinco anos de prisão.
"Estamos a falar de pais negligentes, porque deveriam ter iniciado outros alimentos a partir dos quatro meses e aos seis deveriam ter introduzido as proteínas de origem vegetal", reage Gabriela Oliveira, vegetariana há 14 anos e autora do livro Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças.
Para Paulo Oom, pediatra que segue crianças vegetarianas, a mãe "cometeu um duplo erro": continuou a amamentar numa idade em que «as crianças necessitam de uma quantidade e de um tipo de nutrientes que nenhum leite fornece» e provavelmente "não estaria a tomar suplementos vitamínicos para suprir" as falhas da sua alimentação.
Oom explica que, no caso dos vegans – que não comem alimentos de origem animal, nem ovos ou leite –, as carências de vitaminas D e B12 devem ser colmatadas. A primeira é responsável "pelo crescimento dos ossos e dos dentes", enquanto a vitamina B12 "é fundamental para o sangue e o sistema nervoso".
Por isso, quando nas consultas recebe pais que pretendam impor um regime vegan aos filhos, o pediatra procura "demovê-los". E saliente que o ideal será "dar uma alimentação igual a todos os outros bebés e só mais tarde fazer as restrições".
Por seu lado, Gabriela Oliveira, mãe de três filhos que comem ovos, leite e queijo, defende que "há tantos alimentos vegan à venda, enriquecidos com vitamina B12 e ferro que é possível crescer-se sem qualquer risco para o desenvolvimento". E acrescenta que há à venda leite de soja adaptado a bebés.
Sobre Louise, que morreu subnutrida, diz que "é injusto colar essa morte ao vegetarianismo e ao 'veganismo'", até porque no seu caso a experiência com os filhos tem sido boa: "Os mais velhos são os mais altos da turma e têm sido saudáveis, sem otites, bronquiolites e essas doenças típicas da infância. Mas também têm constipações...".
As suas refeições incluem sempre um alimento proteico, como tofu, seitan, soja, ovos ou salsichas vegetarianas, além da fruta e dos legumes. Gabriela recorre de vez em quando às leguminosas, como o grão, o feijão e as lentilhas.
Para Paulo Oom, o peixe e a carne também devem ter lugar no prato: "Estão na roda dos alimentos e devem ser dados nas quantidades e proporções necessárias".»
Maria Francisca Seabra, Sol, 8 de Abril de 2011
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